Pesquisadores da UFMG produzem vídeos educativos sobre o coronavírus

Texto: Assessoria de Comunicação Social e Divulgação Científica do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG

Pesquisadores do Laboratório de Vírus do Departamento de Microbiologia UFMG se uniram e produziram uma série no YouTube com 29 conteúdos didáticos sobre o novo coronavírus. Dirigidos à população em geral, os vídeos têm duração média de um minuto e abordam temas relacionados à doença: os tipos de transmissão, como se prevenir e identificar sintomas, entre outros.

Devido à pandemia de Covid-19, os pesquisadores têm participado de diferentes formas, divulgando informações que podem contribuir para esclarecer as principais dúvidas sobre esse vírus.

Além de iniciativa de divulgação científica do Departamento, coordenada pela professora Giliane Trindade, a ação integra projeto de extensão liderado pela professora Betânia Drumond. A produção dos vídeos também conta com a colaboração dos professores Jônatas Santos e Viviane Alves. Todos estão lotados no Departamento de Microbiologia.

A playlist completa está disponível aqui.

Festival de Inverno UFMG traz diversidade de atrações musicais

Texto: Assessoria de Imprensa do 51º Festival de Inverno UFMG

As atividades do Festival de Inverno da UFMG se iniciam hoje, 11 de julho, com uma programação cultural diversificada. E amanhã começa uma série de atrações musicais gratuitas, voltadas para públicos mistos, incluindo shows, concertos, ópera e performances cênico-musicais, além de uma mesa-redonda sobre a memória musical de Belo Horizonte.

Realizado pela Diretoria de Ação Cultural da UFMG, o Festival de Inverno continua até 21 de julho, com uma programação extensa que, além das oficinas e residências, inclui espetáculos teatrais, concertos musicais, shows, palestras e a 1ª Jornada de Estudos sobre Patrimônio Cultural Imaterial. As atrações culturais são gratuitas, exceto algumas sessões de Planetário. A edição de 2019 busca dar visibilidade às políticas da Universidade para a área da cultura, sob o tema Memória: arte e patrimônio.

Confira a agenda de atrações musicais para o período:

12 de julho – sexta-feira

10h – Sociedade Orquestra e Banda Ramalho
Uma das mais antigas orquestras de Minas Gerais realiza um concerto nas janelas do Museu Casa Padre Toledo, em Tiradentes. Gratuito.

11h30 – Tempera Viola
Pelo projeto Poente Cultural UFMG, o trio relembra cantigas das décadas de 80 e 90, no jardim interno do Museu Casa Padre Toledo, em Tiradentes. Gratuito.

19h – Sociedade Orquestra e Banda Ramalho
Em frente ao Sobrado Quatro Cantos, em Tiradentes, uma das mais antigas orquestras de Minas Gerais entoa melodias populares. Gratuito.

13 de julho – sábado

11h – Free Jazz Quarteto
O multi-instrumentista Vinícius Mendes, idealizador do projeto NAU, e convidados realizam um concerto de improvisação livre no hall superior do Centro Cultural UFMG. Gratuito.

17h – Coral Vozes de Campanhã
Pelo projeto Multiverso UFMG, o coral formado por mulheres negras que integram a Irmandade Nossa Senhora do Rosário, de Justinópolis, resgata a tradição do congado mineiro no Espaço do Conhecimento UFMG. Gratuito.

14 de julho – domingo

19h – Trio Corrente
Vencedor do Grammy na categoria de álbum de jazz latino, o grupo é considerado uma das formações instrumentais de destaque do país. O concerto será no Conservatório UFMG, dentro da solenidade oficial de abertura do 51º Festival de Inverno da UFMG. Entrada gratuita mediante retirada de senha uma hora antes do evento.

15 de julho – segunda-feira

20h – Mamour Ba – Performance vivência rítmica
O percussionista, compositor, arranjador e multi-instrumentista senegalês, Mamour Ba, mostra um trabalho totalmente autoral, com composições marcadas pela influência dos ritos e ritmos tradicionais do Senegal, com pitadas de jazz e improvisação, no auditório do Conservatório UFMG. Gratuito.

16 de julho – terça-feira

18h – Domingos Alves Corrêa e Joaci Ornelas – Apresentação de viola
Recital de viola caipira com o mestre Domingos Alves Corrêa e o músico Joaci Ornelas. O encontro dos violeiros resgata a tradição da viola caipira, presente nas tradições culturais das comunidades rurais do estado. Pátio interno do Conservatório UFMG. Gratuito.

17 de julho – quarta-feira

16h ‒ Apresentação do Centro de Memória do Conservatório UFMG e mesa Memória musical da cidade
Profissionais com diferentes visões e experiências dentro do cenário musical de Belo Horizonte compartilham seus conhecimentos e histórias para, juntos, traçarem um pouco do que é a memória musical da cidade. Convidados: Berenice Menegale, Lincoln Andrade, Mauro Rodrigues e Elias Santos. Mediador: Fernando Rocha. Miniauditório do Conservatório UFMG. Gratuito.

18h15 – Concerto comentado 1 – Apreciação de música eletroacústica
Primeiro de três concertos comentados e direcionados à apreciação de música eletroacústica, por meio da apresentação e exibição de obras clássicas e contemporâneas. Sala 3 do Conservatório UFMG. Gratuito.

20h – Performance Árias e trechos instrumentais da Ópera Tiradentes, de Manoel Joaquim de Macedo (1845–1925)
Esse drama musical narra a história da Inconfidência Mineira e a performance será realizada por pianistas, cantores, alunos e professores da Escola de Música da UFMG, precedida de uma mini palestra com a professora Patrícia Valadão. Auditório do Conservatório UFMG. Gratuito.

18 de julho – quinta-feira

18h15 – Concerto comentado 2 – Apreciação de música eletroacústica
Segundo de três concertos comentados e direcionados à apreciação de música eletroacústica, por meio da apresentação e exibição de obras clássicas e contemporâneas. Sala 3 do Conservatório UFMG. Gratuito.

20h – Damián Rodríguez Kees – Concerto Teatro Musical Contemporâneo
O pianista argentino Damián Kees, reconhecido pelo seu trabalho como compositor, instrumentista e performer, utiliza uma linguagem pessoal com a qual tem apresentado seus trabalhos e composições em concertos e festivais de vários países da Europa e América. Hall superior do Centro Cultural UFMG. Gratuito.

20h – Quinteto Villa-Lobos
Criado em 1962, o Quinteto apresenta um concerto de música de câmara brasileira, ao mesmo tempo em que amplia seu repertório por vários gêneros. O grupo já se apresentou em países como Alemanha, França, Jerusalém, Portugal, México, Eslovênia, entre outros. Auditório do Conservatório UFMG. Gratuito. Entrada gratuita mediante retirada de senha uma hora antes do evento.

19 de julho – sexta-feira

18h15 – Concerto comentado 3 – Apreciação de música eletroacústica
Último de três concertos comentados e direcionados à apreciação de música eletroacústica, por meio da apresentação e exibição de obras clássicas e contemporâneas. Sala 3 do Conservatório UFMG. Gratuito.

20h – Rufo Herrera e Otto Hanriot – Bandonéon Concerto
O argentino Rufo Herrera convida Otto Hanriot para um concerto de bandonéon. No repertório, composições de sua autoria, transcrições de obras de J. S. Bach, versões da obra de Astor Piazzolla e outros autores. Auditório do Centro Cultural UFMG. Gratuito.

20h – Ricardo Aleixo – Leitura-concerto Voco invoca Dadá no tempo da avacalhação
Concebida e regida pelo poeta-músico Ricardo Aleixo, a apresentação reúne poemas sonoros produzidos por artistas ligados ao movimento dadaísta. Pátio do Conservatório UFMG. Gratuito.

O Festival encerra as atividades integrando a programação da Virada Cultural de BH, nos dias 20 e 21.

20 de julho – sábado

20h – Ars Nova – Concerto de 2 em 2: um breve passeio pela história da música coral
O Coral da UFMG fará um breve passeio pela história da música, mostrando a diversidade e a qualidade do canto coral. Auditório do Conservatório UFMG. Gratuito.

20h – Dona Jandira – Show em Homenagem a Clara Nunes
Acompanhada da banda, Dona Jandira sobe ao palco para prestar uma homenagem a uma das maiores intérpretes da música brasileira: Clara Nunes. Auditório do Centro Cultural UFMG. Gratuito.

21h30 ‒ Performance Quartas de Improviso
Matthias Koole e Henrique Iwao convidam Marina Cyrino e 1mpar para uma noite de improvisação livre. Os músicos-artistas trabalham no limiar entre música e artes visuais. Pátio do Conservatório UFMG. Gratuito.

Os shows de encerramento do 51º Festival de Inverno UFMG – Choro do Jura e Velha Guarda do Samba de BH – terão distribuição de senhas 30 minutos antes da primeira apresentação.

21 de julho – domingo

11h – Choro do Jura
Considerado um dos expoentes do choro em Belo Horizonte, o grupo irá apresentar um repertório que inclui composições próprias, músicas de outros artistas e clássicos, como Pixinguinha e Jacob do Bandolim. Pátio do Centro Cultural UFMG. Gratuito.

13h30 – Velha Guarda do Samba de BH
Com repertório rico em referências culturais, o show representa o samba mineiro como verdadeiro patrimônio imaterial da humanidade. O grupo reúne personalidades importantes da história do samba de Belo Horizonte e região.

Acompanhe a página do Festival de Inverno da UFMG e fique por dentro da programação completa: https://www.ufmg.br/festivaldeinverno/

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Serviço:

51º Festival de Inverno UFMG

11 a 21 de julho


Locais: Centro Cultural UFMG (Av. Santos Dumont, 174 – Centro), Conservatório UFMG (Av. Afonso Pena, 1534 – Centro), Espaço do Conhecimento UFMG (Praça da
Liberdade, 700 – Funcionários) e Campus Cultural UFMG em Tiradentes.

Realização: Diretoria de Ação Cultural da UFMG

Obra coletiva

Obra coletiva

EBA chega aos 60 anos valorizando a diversidade e uma cultura assentada no compartilhamento

Itamar Rigueira Jr.

Detalhe do prédio da EBA: tempos marcados por mobilização política e integração da comunidade. Foto: Carol Prado/UFMG.

Em 1957, quando foi criado o curso de Artes, na Escola de Arquitetura, iniciava-se a história da Escola de Belas Artes da UFMG. Uma trajetória feita de mudanças físicas, resistência, ousadia, crescimento e pioneirismo. Sessenta anos depois, a EBA continua disposta a mudar, à procura de, cada vez mais, enxergar-se e atuar como uma comunidade.

Às vésperas do início de uma nova gestão na Escola, o espírito dominante é o de valorizar a diversidade e a pluralidade, que sempre marcaram a EBA, para consolidar a unidade. “Buscamos formas de ressignificar nossa identidade, que se fez plural ao longo dos anos, afirmando a diversidade e o compartilhamento de vivências e experiências artísticas, científicas e culturais”, afirma o professor Cristiano Bickel, diretor recém-eleito, que toma posse nesta semana. “Os novos tempos da Escola de Belas Artes são sinalizados pelas mobilizações políticas e forte integração da comunidade, atuando em defesa das artes, da cultura e da educação pública de qualidade e de efetividade social.”

Depois de uma festa que reuniu membros da comunidade de todas as épocas, a Escola vai comemorar o aniversário com a criação coletiva de sua nova identidade visual, com base em pesquisa com a comunidade. Também ao longo deste ano, arquivos pessoais e institucionais vão compor exposição de fotos que será distribuída nos diversos espaços da Unidade. A ideia, segundo Cristiano Bickel, é que “as pessoas, ao percorrerem a Escola, conheçam os seus diversos tempos e percursos, em imagens e histórias contadas de diferentes pontos de vista, do pessoal ao institucional”. A celebração vai se completar com o lançamento de documentário e livro sobre a história e as memórias da EBA, que aproveitam material de pesquisa e entrevistas iniciadas há 15 anos.

Entre salas e galpões

Ameaçado de extinção por conta de desavenças com alunos da Escola de Arquitetura, o curso de Artes chegou a ter sede em prédio da Rua São Paulo, no Centro de Belo Horizonte, antes de chegar à Pampulha. Nos primeiros tempos no campus, dividiu-se entre aulas teóricas no prédio da Reitoria e atividades práticas em galpões remanescentes da construção. Em 1972, a Escola de Belas Artes mudou-se para o edifício em que está instalada até hoje, um dos primeiros dedicados a uma unidade acadêmica no campus Pampulha.

Os poucos alunos e professores se distribuíam entre os departamentos de Desenho e Artes Plásticas, e começava a se desenvolver, na década de 1970, a área de fotografia e cinema. A essa altura, a Escola ganhara visibilidade por causa do Festival de Inverno, criado em 1967, “que se afirmava como espaço de criatividade, liberdade e até de oposição ao regime militar”, como lembra o professor Evandro Lemos, decano da EBA e um dos responsáveis, juntamente com a professora Lucia Gouvêa Pimentel, pela produção do livro de memórias da Escola. Esse projeto tem a participação de Mariana Tavares, bolsista de pós-doutorado da Capes.

Sob estímulo de uma demanda da Reitoria pela recuperação de grandes telas da Escola de Música, a EBA iniciou, no fim da década de 1970, a trajetória que culminaria, primeiro, na criação do Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis (Cecor), que se tornaria referência internacional, e, mais tarde, na graduação específica.

Os anos 1980 ficaram marcados por mais pioneirismo com a criação dos cursos de animação em Cinema e de Estilismo e Modelagem de Vestuário, embriões das futuras graduações em Cinema de Animação e Artes Digitais e em Design de Moda.

Nos anos 1990, surgiram também o mestrado e o doutorado em Artes e a graduação em Artes Cênicas, hoje denominada graduação em Teatro. Mais recentemente, a EBA passou a ofertar cursos com outras unidades – Design (Escola de Arquitetura) e Museologia (Escola de Ciência da Informação).

“As novas graduações de Cinema de Animação e Artes Digitais, Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis, Dança e Design de Moda atenderam a demandas represadas e foram viabilizadas pelo Reuni [plano de reestruturação das universidades federais]. Esses cursos têm sido estruturados em ampla discussão com a sociedade”, ressalta Evandro Lemos. “A Escola cresceu muito nos últimos anos, o corpo docente mais que dobrou. Hoje somos uma escola média num espaço pequeno. Mas com forte inserção acadêmica, artística e cultural.”

Fora dos padrões

“A Escola de Belas Artes foi sempre uma unidade sui generis, fora dos padrões”, define a professora aposentada Pompéia Peret, que chegou como aluna em uma época em que as aulas eram ministradas em instalações precárias na Pampulha. “Havia um grupo de professores que eram artistas importantes, como o Álvaro Apocalypse, e os alunos tinham nível cultural muito alto. O ambiente era de forte integração”. relembra.

Em 35 entrevistas sobre as memórias associadas à Escola que realizou há mais de 15 anos, Pompéia Peret conheceu ou confirmou histórias como a das atividades realizadas no terreno onde começava a ser construído o Palácio das Artes e a do temporal que inundou a pequena biblioteca da EBA e danificou, já na Pampulha, trabalhos de alunos.

A professora emérita Beatriz Coelho lembra que a expansão da EBA para novas áreas sofreu resistência, nos primeiros tempos, por parte dos defensores da exclusividade das artes plásticas. Da mesma forma, o início dos trabalhos de restauração das telas da Escola de Música, sob coordenação do Iphan, foi acompanhado de início apenas pelos professores – só mais tarde houve adesão dos estudantes. Mesmo depois de aposentada, Beatriz manteve atividades voluntárias na Escola por mais oito anos. “Aprendi muito na convivência com os colegas e com os alunos”, diz a professora, que dirigiu a EBA de 1976 a 1981.

Bem acolhido

Representante de uma geração mais nova de professores, Carlos Henrique Falci, do curso de Cinema de Animação e Artes Digitais, salienta que a Escola de Belas Artes é caracterizada hoje por uma grande variedade de visões por parte de professores e alunos. “Tenho formação transdisciplinar, misturada, e fui muito bem acolhido. Mas ainda podemos aproveitar mais as possibilidades criadas por essa diversidade, também na relação com a Universidade. Estamos nos aproximando das outras unidades, e está cada vez mais claro o potencial de interação das artes com as outras áreas”, afirma.

Entre as lembranças mais fortes do artista visual e “fazedor de coisas” Paulo Nazareth, ex-aluno que deixou as salas de aula em 2006, estão o trânsito livre pelo ateliê de escultura, a possibilidade de trabalhar com gravura em horários diversos e o contato fluente entre alunos mais jovens e veteranos. “Contei sempre com apoio de todos na Belas Artes, incluindo as faxineiras que guardavam material de reciclagem para minha produção. Mesmo depois de terminado o curso, mantive contato e trabalhei por lá, com ajuda de professores, funcionários e do Diretório Acadêmico”, conta Nazareth.

EBA em números

1.341 estudantes

111 professores

63 servidores técnicos e administrativos em educação

139 projetos de pesquisa

27 grupos de pesquisa

410 ações de extensão

39 projetos de ensino

40 defesas por ano na pós-graduação (média)

14 convênios internacionais

Yara Tupynambá (de costas) ministra aula no “piscinão”, no início dos anos 1970

Atividade com estudantes em abril de 2017

Fonte: Boletim UFMG, nº 1.973 – ano 43 – 17 de abril de 2017