Considerações históricas, sociais e estilíticas sobre as imagens de roca de Nosso Senhor dos Passos e Nossa Senhora das Dores em São Cristóvão

Autores

  • Ivan Rêgo Aragão

Palavras-chave:

Imagem de vestir, Imagem de roca, Senhor dos Passos, Procissão, Rito

Resumo

Ao ser transplantado para a América Portuguesa durante o Brasil colônia, o culto da Paixão esteve presente no programa iconográfico das irmandades das Ordens Terceiras do Carmo do país. O fato em questão proporcionou no período dos Seiscentos aos Novecentos, a produção de uma imaginária processional relacionada à devoção dos últimos momentos da vida de Cristo. Embora também fossem utilizadas como peças de culto e decoração no interior das igrejas - assim como as imagens de talha inteira - a função de destaque das imagens de roca estava destinada as festas processionais e encenações de culto público.

Com uma manufatura diferenciada, eram confeccionadas quase sempre em tamanho natural com articulações e olhos de vidro, e incorporadas vestimentas em tecido, jóias e cabelos. A utilização desses adereços tinha o intuito de tornar mais realista e teatral as figuras dentro da cena. A presente pesquisa se detém na imaginária processional utilizada na festa quaresmal na cidade de São Cristóvão: Nosso Senhor dos Passos e Nossa Senhora das Dores. O objetivo principal é descrever os aspectos histórico, sociais e estilísticos sobre as duas Imagens de Roca na Festa dos Passos. Os objetivos específicos são relatar a singularidade do achado da imagem de roca do Senhor dos Passos. E, averiguar que as imagens em questão, são vetores de identidade e pertencimento em Sergipe.

Inicialmente, utilizou a pesquisa bibliográfica, documental e digital com o aporte teórico de Brasil (2001), Campos (2000, 2004), Flexor (2003, 2005), Oliveira (2000), Quites (1997, 2006, 2007), Orazem (2006) e Rabelo (2009). A pesquisa documental foi baseada nos manuscritos do Fundo Serafim Sant’iago, acervo pertencente ao Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe (IHGS) e no Inventário Nacional dos Bens Móveis e Integrados de Sergipe e Alagoas, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em Sergipe. Foi realizada a pesquisa de campo através da observação in loco, com colhimento de depoimentos de alguns residentes. Ao final do estudo, se constatou que atualmente as imagens de roca em São Cristóvão- Sergipe vão além da função religiosa, são também objetos que criam vínculos sociais e de identidade, bens culturais (material e imaterial) e atrativos turísticos.

Biografia do Autor

Ivan Rêgo Aragão

Mestre em Cultura e Turismo (Uesc-Bahia)

Técnico em Conservação de Bens Culturais Móveis e Integrados

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Publicado

2011-01-01

Edição

Seção

ASPECTOS HISTÓRICOS E SOCIAIS