Análise da policromia de três esculturas atribuídas ao Aleijadinho

Autores

  • Claudina Maria Dutra Moresi

Resumo

O estudo da policromia da imaginária brasileira é uma investigação científica que confronta dados da análise dos materiais constitutivos da obra com a literatura e descrições da tecnologia de execução da pintura em esculturas sobre madeira, e também, quando disponíveis, os relatos sobre a feitura das imagens em livros de irmandades.

As esculturas examinadas são de autoria de Antônio Francisco Lisboa (1738-1814), o Aleijadinho, filho do mestre português Manoel Francisco Lisboa e sua escrava Isabel. Antônio Francisco Lisboa cresceu ao lado do pai, um artista já consagrado em Ouro Preto e cidades vizinhas. Aleijadinho deixou inúmeras obras, pois foi arquiteto, entalhador e escultor nas cidades históricas mineiras. Na cidade de Sabará, ele recebeu diversas encomendas para ornamentar a igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo. A primeira imagem estudada foi a Sant’Ana, pertencente ao Museu do Ouro de Sabará (MG). A talha é exuberante, com 92,8cm de altura e uma policromia riquíssima, com douramento, esgrafiado, pintura a pincel e carnação bem elaborada. O conjunto escultórico está representado pela menina (Nossa Senhora) ao lado da Sant’Ana. As outras duas imagens estudadas: São Simão Stock (161cm) e São João da Cruz (160cm), dos altares colaterais da nave da Capela da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, também de Sabará (MG). Essas duas imagens são bastante expressivas, de grande porte, também douradas, com decoração em esgrafiado e pintura a pincel. Datadas do primeiro semestre do ano de 1779, existe documento nessa irmandade que cita o pagamento a Antônio Francisco Lisboa na confecção de santos.

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Publicado

2003-01-01

Edição

Seção

CONSERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO