A vitalidade da imaginária maranhense no século XIX

Autores

  • Kátia Santos Bógea
  • Emanuela Sousa Ribeiro
  • Stella Regina Soares de Brito

Resumo

No Maranhão, a primeira metade do século XIX se configurou como o período áureo da acumulação de capitais, quando foram consolidadas as transformações iniciadas na segunda metade do século anterior, após a introdução da economia de agroexportação. Nesse período, fortaleceram-se os grandes comerciantes e agricultores locais, estimulados pelos altos preços do algodão e do arroz alcançados no mercado externo, devido à crise européia causada pelas guerras napoleônicas, que motivaram, inclusive, a vinda da Família Real para o Brasil e a abertura dos portos, em 1808.

Essa nova conjuntura econômica e social favoreceu a europeização da sociedade maranhense, refletindo-se em todos os aspectos da vida cotidiana. Considerada nessa época a quarta cidade mais importante do País, São Luís recebia através do seu porto não apenas os simples produtos manufaturados, mas também o refinamento, o luxo, o gosto e os costumes europeus, especialmente ingleses e franceses. Na arquitetura, assim como em outras áreas, fazia-se sentir, além da natural influência lusitana, o neoclassicismo já em voga na Europa, trazido para o Brasil pela Missão Artística Francesa, organizada por D. João VI em 1816. O neoclássico representou, no contexto artístico, a nova atitude mental europeizada da sociedade oitocentista brasileira, ansiosa por mostrar-se moderna e culta. E passou a impregnar a produção dos santeiros ou imaginários que incorporaram ao novo estilo o gosto regional.

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Publicado

2003-01-01

Edição

Seção

ASPECTOS HISTÓRICOS